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Cinco fatos sobre resistência bacteriana aos antibióticos

06 de janeiro de 2020

A resistência bacteriana aos antibióticos é um problema crescente, presente em todos os países e que vem sendo discutido mundialmente. No Brasil, de acordo com dados da Anvisa, cerca de 25% das infecções registradas são causadas por micro-organismos multirresistentes – aqueles que se tornam imunes à ação dos antibióticos. O surgimento de ‘superbactérias’ é um fenômeno associado a vários fatores, incluindo o uso indiscriminado deste tipo de medicamento. Confira cinco fatos importantes sobre resistência bacteriana.

1 - O que é resistência bacteriana aos antibióticos?

A resistência bacteriana é um fenômeno de evolução natural, que ocorre quando as bactérias passam por mutações e tornam-se resistentes aos medicamentos usados ​​para tratar as infecções. Como resultado, os tratamentos-padrão passam a ser ineficazes, as infecções persistem e podem se espalhar para outras pessoas.

Em 2016, um relatório financiado pelo Ministério da Saúde da Inglaterra revelou que, sem o devido controle da resistência, em 2050, as infecções bacterianas serão responsáveis por 10 milhões de mortes no mundo. Esse número é maior que a estimativa de mortalidade por câncer para o mesmo ano.

2 - O que causa a resistência bacteriana?

O uso de antibióticos, por mais apropriado e conservador que seja, contribui para o desenvolvimento da resistência, mas o uso desnecessário e excessivo agrava ainda mais o problema. No Brasil, algumas ações já foram tomadas para enfrentar a situação: antibióticos só podem ser vendidos mediante receita médica especial, em duas vias, justamente para combater o uso inadequado. Ao se reter uma via da receita, a proposta é evitar a automedicação.  Contudo, essas medidas, se isoladas, não são suficientes para evitar o desenvolvimento de bactérias multirresistentes.

Desde 2013, está em andamento no país o Projeto Antimicrobial Stewardship, da MSD, que ajuda as instituições a implantarem um sistema eficiente para lidar com infecções e uso consciente de antibióticos. Cada hospital tem um padrão específico de bactérias mais frequentes. Mapeando essa chamada microbiota, a instituição estabelece um protocolo de priorização de uso de antibióticos com ação específica para as bactérias locais, proporcionando uma escolha mais assertiva e direcionada do medicamento.

3 - Como a resistência aos antibióticos se espalha?

O consumo indiscriminado dos antibióticos por instituições de saúde, pela população, em práticas agropecuárias e na agricultura é um fator que contribui para a disseminação da resistência aos antibióticos. Portanto, o uso adequado deve fazer parte da rotina dos produtores, da comunidade e dos profissionais de saúde e hospitais.

4 - A qualidade dos medicamentos influencia no mecanismo de resistência?

Medicamentos de baixa qualidade podem causar uma concentração inadequada de antibiótico no sangue e favorecer o desenvolvimento de resistência.

5 - Há novos antibióticos sendo desenvolvidos para contribuir na luta contra a resistência bacteriana? Algumas companhias farmacêuticas estão enfrentando o desafio de desenvolver medicamentos eficazes no tratamento das bactérias multiresistentes. Um exemplo dessa movimentação é o investimento da MSD em vacinas para combater doenças infecciosas. Desde o ano passado, a empresa disponibiliza um antibiótico que une, de forma inédita, os princípios ativos ceftolozana e tazobactam. O produto é indicado para tratar infecções intra-abdominais e nas vias urinárias.

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