Toda doença começa no intestino
22 de agosto de 2022Substâncias atencionais no vão impactar o humor, os níveis de estresse, a ansiedade e a depressão.
Por Angélica Banhara
A frase não é minha, mas de Hipócrates, o pai da medicina. Dita 2000 anos atrás, nunca foi tão atual.
Por que o intestino é tão importante?
Ele não tem apenas como funções de digestão e excreção das fezes. É responsável pela absorção dos nutrientes, produção, síntese de neurotransmissores parte da serotonina, o maior felicidade, é produzida no intestino da intestinores), eliminação das toxinas (destox e imunidade). Sim, a imunidade começa no intestino.
Existe uma ligação estreita entre o intestino e o cérebro. Substâncias atencionais no vão impactar o humor, os níveis de estresse, a ansiedade e a depressão. A responsabilidade disso tudo é da nossa microbiota, antes da chamada de flora intestinal.
“Chamamos de microbiota o conjunto de todos os microorganismos que habitam o nosso corpo: bactérias, fungos, vírus, parasitas. Eles vão da boca ao ânus, passando por todo o trajeto do nosso sistema digestivo, como se fosse um tapete”, explica o endocrinologista Luiz Fernando Sella, especialista em Medicina do Estilo de Vida. Temos bactérias espalhadas pelo nosso corpo todo: no intestino, na pele, nos pulmões, na vagina.
Os números impressionam. Segundo Sela:
São cerca de 30 trilhões de células no corpo humano, sendo que a microbiota conta com perto de 38 trilhões de microorganismos.
Temos mais de 5000 espécies de microorganismos no nosso corpo.
Todos esses bichinhos somados têm um material genético 100 a 150 vezes maior do que o genoma humano.
O peso total das bactérias varia de 1 a 2 quilos, equivalente ao peso do nosso cérebro.
São 316 milhões de genes só no intestino.
Uma microbiota intestinal abriga 2/3 das células do sistema imunológico.
“Esse conjunto de bactérias é diferente em cada pessoa, por isso o microbioma (material genético desses microorganismos) tem sido chamado de novo DNA: é como se fosse um órgão novo, recentemente descoberto”, diz Sella.
No meio ambiente, existem bactérias do nosso bem, que podem ser importantes para a ingestão de nutrientes e como bactérias do processo do nosso organismo, que podem ser importantes para a ingestão de nutrientes e como bactérias do nosso organismo, que podem causar doenças. Nossa saúde depende do equilíbrio entre esses dois polos: o envelhecimento da bactérias do mal (com excesso de bactérias) tem o nome disbiose.
Como o intestino concentra a maior parte das bactérias, a saúde intestinal afeta a saúde como um todo. Daí a importância da alimentação nossa para esse processo: tudo o que comemos e vamos alimentar bactérias do bem ou do mal — e isso tem um impacto muito maior do que imaginamos.
“O alimento é muito caloria: ele é para o organismo, ele conversa o DNA através dos nutrientes mais, que alimentam a saúde ou as doenças. No intestino, as bactérias ajudam a digerir, metabolizar e absorver esses nutrientes. Então, não somos nós, mas explicamos o que digerir e reconhecer o especialista.
Como a alimentação como bactérias do intestino?
Existem alimentos que favorecem o crescimento das bactérias do mal e outros que estimulam as bactérias do bem.
Segundo o endocrinologista, açúcar, doces, sorvete, gordura saturada (presente nos alimentos de origem animal, como carne, bacon, linguiça, embutidos) e excesso de proteína animal são alimentos para as bactérias do mal
.
“Quando a quantidade de bactérias do mal aumenta, diminui a sínteses de substâncias importantes para a saúde do intestino e cresce a produção de outras ligadas ao risco de câncer e causadoras de inflamação, o que aumenta o risco de doenças cardíacas.
Intestino inflamado provoca resistência à insulina, que é gatilho para o diabetes. E novos estudos relacionam o desequilíbrio da microbiota com problemas neurológicos, como demência e Alzheimer.”
Por outro lado, uma alimentação é baseada em frutas, legumes, hortaliças, raízes, grãos integrais, sementes, castanhas, ou seja, comida de verdade, estimula o crescimento das bactérias do bem. Esses alimentos aumentam a produção de antioxidantes, diminuem a produção de toxinas e ajudam no metabolismo das gorduras, colesterol e lipídeos. Resultado: menos inflamação no intestino, menor risco de infecções e mais saúde.
Doenças relacionadas a alterações da microbiota intestinal (disbiose):
Inflamação crônica
Alterações metabólicas e síndrome metabólica (caracterizada por aumento da gordura abdominal, pressão alta, aumento do colesterol e trigicérides, diminuição do HDL/colesterol bom e predisposição ao diabetes)
infecções de repetição: sinusite, infecção urinária, candidíase, cistite
Obesidade (as bactérias que você tem no intestino podem facilitar o ganho peso e dificultar a perda de gordura)
Doenças inflamatórias gastrointestinais: síndrome do intestino irritável, colite, doença de Crohn, gastrite, refluxo, úlcera
Diabetes
Doenças inflamatórias das articulações: artrite, artrose, lúpus, osteoporose
Problemas de pele: dermatite, alergia, eczema, psoríase
Problemas emocionais: depressão, ansiedade
Doenças autoimunes: tireioidite de Hashimoto, vitiligo e outras
Doenças cardíacas: colesterol alto, hipertensão
Doenças no fígado
Problemas neuro-degenerativos: demência, Parkinson e Alzheimer
Doenças infecciosas
“Resumindo: todas as doenças crônicas que matam milhares de pessoas todos os dias têm alguma relação com alterações na microbiota intestinal”, afirma Sella.
A principal causa da disbiose intestinal é um estilo de vida pouco saudável. A lista começa com a má-alimentação: quando há falta dos nutrientes presentes nos alimentos vindos da natureza e excesso de produtos industrializados, principalmente ultraprocessados (que contém excesso de açúcar, sal, gordura e aditivos como corantes, conservantes, espessantes, aromatizantes).
Agravam o quadro o sedentarismo, o consumo de álcool e tabaco, o estresse e uso de medicamentos, principalmente antiácidos (os prazóis), antibióticos, antiinflamatórios e corticoides.
Como saber se seu intestino não está saudável?
Os sintomas da disbiose são:
azia, má digestão
gases, distensão abdominal
gastrite
refluxo
cansaço crônico
alergias (a alimentos e na pele, rinite, sinusite)
intolerâncias alimentares (intolerância repentina a vários alimentos é sinal de má digestão)
doenças autoimunes
dores crônicas (fibromialgia)
deficiência de nutrientes mesmo quando são consumidos
O tratamento não começa com remédios, que apenas amenizam sintomas, mas eliminando as causas, ou seja, adotando hábitos mais saudáveis.
“Alimentação que prioriza legumes, frutas e produtos frescos, prática regular de atividade física, controle do estresse e melhora da qualidade do sono. Não existe pílula mágica: saúde está nas nossas mãos”, conclui Sella.
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